Foi muito doloroso para nós porque ele foi parte de nosso cotidiano e de nossa família por muito tempo.
Ele chegou nos meu últimos anos de minha infância, presenciou toda a minha adolescência e se foi nos primeiros anos de minha fase adulta.
Nas paginas de minha vida ele já deixou sua assinatura e me ensinou que amor incondicional existe. Aquele amor que você dá sem esperar absolutamente nada em troca.
Meu cão querido, gosto de pensar que ele agora descansa em um lugar perfeito, tão grande que ele pode correr até cansar, comer o que quiser, onde a saudade não machuque e a solidão não lhe traga tristeza.
Ele pode não ter sido o cachorro mais perfeito do mundo, com seu mau humor único. Mas foi o que Deus nos deu. O que amávamos.
Esse acontecimento me lembro um trecho do livro Vidas secas de Graciliano Ramos que retrata a morte de Baleia, a cadela. Pra mim esse texto é uma simbologia do que seria o paraíso para um cão, já que tudo o que ele mais quer é o carinho e a companhia de quem o criou.
Tudo era uma noite de inverno, fria, gelada, nevoenta.
Ela queria dormir ali entre a cozinha e o alpendre, na pedra quente do fogão. Amanhecendo, acordaria feliz, lambendo a mão de um Fabiano enorme, as crianças rolariam com ela em um pátio imenso, o mundo ficaria cheio de preás, gordos, grandes, o nordeste seria um campo verdejante, cheio de árvores e bichos. Tudo seria diferente.

Nenhum comentário:
Postar um comentário